16 de janeiro de 2012

Meu amor.


Sua voz canta pra mim. Uma música roubada e um sentimento verdadeiro mesclados em uma nota só.  A mesma freqüência e um turbilhão de dúvidas sobre o depois. Eu e você sentados do tapete da sala tarde da noite, você dedilhando uma composição velha pra selar nosso amor e a chuva que cai lá fora nos diz que aquela noite está apenas começando. No decorrer das horas você me faz apaixonar-me cada vez mais pelo teu olhar. Andamos pela casa, encontramos amor em um lugar simples, algo que apenas falando parece ser reduzido em um único objeto, mas o nosso amor era diferente, era real, exclusivo, assim como um outro amor para umas outras pessoas, aquele era só nosso. Você diz a cada hora que eu fui tudo o que sempre pediu, e mais nada. Você teve medo de que eu pudesse, naquele instante, esquecer de tudo e não te amar nunca mais, por isso você repetia incansavelmente que eu, somente eu, frágil, delicada e apenas mulher, era além de tudo o que você poderia imaginar ter algum dia. Agora tudo se completava. A caminhada terminava e o que precisávamos fazer dalí pra frente era simples; deitar com as pernas entrelaçadas, conversar sobre o futuro e antes de dormir, me dar o prazer de te ouvir dizer bem baixinho, como se fosse algum segredo pro mundo: “Eu te quero pra sempre, meu amor.”

                                 YP'     16/01/2012                     12:56 hr

9 de dezembro de 2011

Impossível?


"O vento frio chegou. Dias atrás o noticiário relatou que as frentes mais geladas dos últimos tempos iam passar por vários lugares e recomendava que as pessoas se cuidassem mais. Porém nada era mais frio que a solidão da falta de palavras de conforto de alguém que soubesse o que verdadeiramente era falta de afeto. Entrei num café e pedi algo pra tomar, de costas pra porta eu não tinha me dado conta de que a temperatura lá fora tinha caído bruscamente e começava a nevar. Paguei a conta e quando sai porta a fora meu corpo enrijeceu. Entrei numa loja de coisas antigas e havia apenas um homem com um livro nas mãos. Vestia calças de moletom e usava casaco, totalmente despreocupado com a temperatura que estava fazendo. Eu disse ‘Oi’ e ele me respondeu com um sorriso. Perguntei se ele sabia onde estava o vendedor e ele me deu de ombros. Naquele instante eu não entendi o porquê dele não falar comigo como uma pessoa normal e se passar por mal-educado. Aquilo me incomodou e eu o questionei.  Ele fez uma cara triste e logo em seguida prestou atenção no atendente que fazia língua de sinais pra ele. Fiquei desajeitada e sem querer o deixe perceber. Ele pegou minha mão e apertou, me chamou pra sentar e escolheu um trecho do livro que dizia: “Não tenho palavras pra descrever a beleza dos seus olhos, mas tenho fortes braços pra te aquecer nos dias que só exigem muito carinho e chocolate quente.” Ele sorriu pra mim e uma lágrima caiu dos meus olhos. Envergonhada, rapidamente sequei e ele me beijou."

                                   YP'  09/12/2001                                 12:15 hr.

2 de dezembro de 2011

Que venha o futuro.



Minutos, horas, dias se passaram. De todo esse tempo e retirando meus afazeres eu tentei encontrar algo diferente pra relatar ou apenas pra comentar. Um barco de pescadores famintos que encontrei deixando a praia desesperados pra saciar toda aquela gente que ficou na espera. A chuva da noite passada que não me deixou ver as estrelas ou coisa parecida. Mas cansei de tanto esperar e decidi voltar e dizer o mesmo que todos os dias.
Estou amando. Exagero se fosse dizer que está sendo desesperadamente, mas é um começo bonito. Ele não me conhece porque ainda não me apresentei, mas minha felicidade está tão grande que não me importo se ele sabe ou não meu nome e que um dia eu chegarei com a notícia que sou eu quem ele verá todas as manhãs que acordarmos pra ir á faculdade e acordarmos atrasados por causa do baralho que nos viciou até tarde.

É como se tudo fosse um filme que passa pra mim todos os dias na minha frente porque mesmo ansiosa, não posso contar o fim. Posso dizer que vai ser bom, mas tudo só esperando pra ver.
Engraçado ver as pessoas dizerem mais uma vez que não vai dar certo, mas porque não encarar mais uma aventura dessas se as de antes não me custaram mais que o tempo e a confiança? Eu encaro. Acho que posso, confio. Agora é ver o que as novas gerações têm pra me oferecer. E dizer antigamente que isso me faria sofrer. Bobagem, eu me divirto como uma criança, inocente e sem medo de ninguém.
Uma nova estação começa. Um novo ano se aproxima. E novos ventos prometem me trazer as melhores margaridas que os últimos anos puderam germinar. Que venha o futuro, estou de volta.


                                                   YP'         02/12/2011                       09:54h

ps.: foto retirada do punho de Débora Abeling (minha irmã).

7 de novembro de 2011

E foi.


“Eu tive um sonho. Um sonho bonito e tão nítido que há muito tempo não me deixava diferente. Foi como se tivesse sido um dejavú e não um sonho porque mesmo eu encarando a realidade com tanta natureza, eu jamais imaginei que pudesse ficar dessa forma. Você era fofo e usava óculos. Era tímido e ficava corado toda vez que eu parava pra olhar suas feições de gratidão por estar comigo. Sua riqueza ultrapassava qualquer expectativa de uma garota do interior e que eu, naquela noite, tinha descoberto seu maior segredo.
Você me buscou exatamente na mesma hora marcada, me levou pra jantar e não percebeu que já tinha se passado três horas que estávamos ali, despreocupados e bem acompanhados. Saímos mais duas vezes e então você me perguntou se poderia me beijar. Foi tudo tão certo, tão previsível. Eu já sabia que isso iria acontecer, nós sabíamos. Mas você se preocupou com nosso momento, e com o que eu queria. Eu queria. Você esperava mais do que eu naquela noite porque parecia que tudo iria ser descoberto. Era bom, era difícil, desafiador.
Eu não tinha palavras pra te responder e nervoso, você observou meus olhos se fecharem. E foi. Naquela hora tudo parou, como um conto de fadas. A gente parecia descobrir os mistérios da vida como duas crianças casando escondidas detrás da árvore do parque e eu podia garantir que, a partir daquela noite, seríamos assim por muito tempo.”

                                                          YP'     07/11               13:12h

4 de novembro de 2011

Suposto.


“Pode ser meio pesado e de certa forma inconveniente começar tudo assim, mas ando meio desesperada cansada e acho que assim será melhor pra alertar muita gente que, ainda, não acordou pra vida. Espero que tudo que seja dito sirva pra benefício de todos e não porque simplesmente posso falar “em segredo” como a “Garota do Blog”, estilo elite escandalosa de Manhattan (Gossip Girl).
Queria poder controlar as pessoas, mas isso as tornaria mais chatas do que a vida que ando levando. Não quero que tudo caia como um cristal leve e fino, mas quero uma realidade simples, uma vida calma e uma rotina normal como nos meus sonhos. Eu posso querer acreditar que seja amor, mas comigo é diferente. Jamais esperava ter que passar meus três últimos verões pensando que nosso encontro seria “somente nosso”, mas quando eu acordei pra vida?
Achava que seria óbvio demais chegar super cansada e me preparar apenas pra um jantar romântico e simples e uma boa música e vinhos logo depois. Parece que me enganei mesmo, certo? Eu cheguei e, como sempre, você já tinha refeito todos os nossos planos, com sua turma e por mim. Chegar aos lugares de mãos dadas - relativamente bem melhor do que você esperava – dedos entrelaçados e um fascínio por mostrar pra todos eles quem está no comando.
Tenho medo de não saber dizer o certo agora e acabar fazendo mal pra nós dois logo depois. Você não pergunta, mas me sinto mal. Não sei se te amo mais porque tudo parece ter outra cor. Espero que esteja preparado pro que talvez precisamos passar. Quero que saiba que me preparo pra tudo, menos pro triste fim.”
YP'   04/11             17:05h

3 de novembro de 2011

Só que..


“O severo ato de amar me diz que ainda há esperanças de nos recuperarmos de toda aquela maré de peixe morto que vivemos num passado distante. Naturalmente você já deve ter percebido que faço de você minha obra de arte, mas não quero atrapalhar. Entretanto, sei que cometo erros gravíssimos por fugir da verdadeira regra da perfeita arquitetura, porque o comum é fazer com que as pessoas que me lêem, entendam cada palavra.
Voltando ao pequeno ponto e a mais importante ênfase, posso dizer que estou errada agora. Eu devia te deixar. Devia deixar tudo acabar, exatamente como começou, com um simples esquecimento. Eu não tenho o direito de prender teu amor como se fosse propriedade minha. Se temos uma forte ligação, sorte. Mas se não possuímos mais nenhum convívio em comum, acho melhor deixar tudo partir. Está cada vez mais difícil te dizer adeus e ter que conviver com teus olhos, aqueles que me fez explodir de felicidade e tudo. Tento me conformar de que esse não é o destino certo pra nosso futuro.
Só que, esse simples ato foi o suficiente pra eu descobrir o que somos um para o outro. Agora eu preciso ir que o verdadeiro mundo me espera.”

                                                   YP'         03/11                    12:49h

26 de outubro de 2011

Aconteceu.


“Eu chorei. Faltava apenas um motivo, e aconteceu. Eu jamais poderia imaginar tamanha dor, porque eu colhia margaridas no momento em que meu coração partiu e cai no chão aos prantos.
Dormi. Durante meu sonho, você pedia desculpas, mas eu tinha consciência de que todos os perdões acabaram. Eu sofria toda vez que tinha que dizer não pra você.
Amanheceu. Quando abri meus olhos você me olhava com uma cara de culpa e implorava pra voltar, mas eu não podia mais. O maior problema foi ter te aceitado de volta porque se eu te amo, era óbvio que te aceitaria de novo, mesmo todos os dias tuas palavras me garantam que será novamente uma diversão. Mas o problema ta no meu pedido? Ou você é apenas discreto demais a ponto de me ignorar? Parabéns, você definitivamente conseguiu criar uma barreira entre meu sonho e a realidade – oposições que pareciam caminhar lado a lado.
Aconteceu. Eu sabia que a taça ia cair da minha mão e acabar com toda a festa. Minha música não era a certa pro momento. O instrumento que eu tocava não era o seu preferido e ela te conquistou. Era tudo segredo pra mim, até suas intenções. Com ela, todo mundo pode ver, até meus olhos. Mas você não se importa com os boatos. Você vive e eu sobrevivo apenas. Foi fácil. Fui fácil. Chorei.”

                                                YP'             26/10         20:05h