19 de setembro de 2013

um amor, uma lua



Certo dia, alguém me perguntou se eu tinha um amor, e eu respondi que sim. Então a pessoa não perguntou mais nada e foi embora. Eu gostei de falar aquilo, me deixou mais viva, e ao mesmo tempo mais triste. Sem hesitar, eu voltei no mesmo endereço, e a pessoa estava tomando o mesmo café e sentado no mesmo local, lendo o jornal diário. Eu sentei ao lado dele, e calei. Depois de alguns minutos, ele sorriu com aquela expressão de diversão perante o meu desespero. Depois daqueles dias, eu voltei, e depois de vários sorrisos, avançamos pra dois cafés, dois jornais e dois sorrisos. Mudamos de local, de dia, de expressões. Nos vimos mais vezes, muitas vezes e quase sempre. Depois de 3 anos sem ao menos saber de onde eu vinha, ele mudou a expressão do sorriso, e me deu uma flor. Nela havia uma pequena corda que amarrava um bilhete, e quando eu abri estava escrito: “Pode me conceder seu sorriso todas as manhãs a partir de agora e pra sempre?” Eu chorei, como toda menina boba que ainda era, porque mesmo que aquela pergunta  tenha me intrigado tanto, ele a usou como forma de me ter mais vezes, e agora até o resto dos dias que suportarmos sorrindo, os dois. E que mesmo que algo venha me duvidar e me entristecer daqui pra frente, eu vou passar no local em que ele estava sentado pela primeira vez, tomando um café quente e vestido naquele casado marrom desbotado que o deixava mais charmoso. Porque foi sorrindo que o respondi, e foi ele quem percebeu. Ele me seduziu e a cada dia me mostrava algo novo. Depois de muito tempo, andando meio deslocados, paramos no mesmo lugar da primeira vez. E quando eu olhei pra cima, a lua fazia reflexo no chão, e logo embaixo ele tinha escrito “um amor, uma lua, é a nossa”. Foi intencional, foi ele, e sempre era. Como demorei tanto tempo? E porque foi assim, inesperado? Eu só quero que não acabe, porque está fácil viver assim, amando nas horas vagas e compondo cantigas de consolo com a xícara de chá do lado. Ilusão.

8 de julho de 2013

Abraços com beijos e beijos sem abraços


"Depois de tanto tempo eu cheguei á conclusão da tamanha diferença que os componentes fazem juntos e separados. Talvez porque depois da ausência, eu pode sentir na pele (ou em qualquer lugar) que isso realmente faz falta, isso depois que você já experimentou dos dois, ou de todos.
E antes que eu possa acrescentar milhões de parênteses pra dar ênfase do quanto eu sinto falta, lá vem o principal motivo da conclusão. Porém, antes que fique dengoso demais, é interessante ressaltar que isso é necessário, em todas as relações e em todos os lugares, seja de qual sexo ou raça for. De certa forma, as pessoas já se deram conta disso, mas parecem ter medo de assumir.
O ponto é, há "sim" a diferença nos beijos com abraços e nos beijos receitados e o resto de todos os beijos. Não que isso possa ser contra lei ou todo mundo possa adoecer se não tiver, mas é necessário que as pessoas tenham contatos, e de todos os tipos (é, eu acho que eu comecei a misturar as coisas, bela mania minha, mas tá servindo e espero que sirva até o final).
Eu realmente fico boquiaberta quando as pessoas dizem, descaradamente, que não aprenderam a amar, mas como não? Se todo mundo nasce e é criado para possuir esse poder e que no final de tudo, sempre merece um bom cafuné. A verdade é que as pessoas são carentes, mas descaradas, porque não sabem medir as coisas, se jogam, e quase sempre caem feio. Só não conhecemos ninguém, nem a nós mesmos, e é incrível como, durante vários momentos, nos surpreendemos com nossas próprias atitudes. Isso é só resultado da vontade, só isso.
O certo é: abrace com beijos. Dê beijos somente quando você puder dar de verdade. Deseje boas vidas, mas beijos, só de perto, e com abraços, que fica mais aconchegante, mais temperado, e mais 'bem beijado'."

11 de junho de 2013

O grande dia, ou nem grande assim..

Vinho.
Não,  vinho, rosas, pra alguns bombons, pra outros lingeries, amanhã que será dia dos namorados, e até pra quem não tem um. O problema pode até ser porque algumas pessoas fazem desse dia o pior do ano. Ás vezes ao som de Birdy – 1901 as pessoas se enterram no colchão, choram a noite toda e depois dormem pro dia anormal passar mais rápido. Outras saem á procura de alguém pra dividir um café, uma cerveja, uma conversa. Agora pra quem receberá presentes, terá de dar um, e a economia já estava feita á tempo. O nervosismo aumenta, a saudade e os cumprimentos próprios por saber que tem alguém pra dividir esse dia, e que talvez nunca mais será sozinho.
Tem os namorados por celulares, outros por códigos, á distância ás vezes perto e os sempre de longe, que ainda não se conhecem. Tem os que sabem todos os segredos, os que já viraram mais amigos do que namorados e os que são casados, e eternamente namorados. E esse prazer de dividir o que é seu, mesmo que não seja dito, é natural, porque você tem a grande mania de possessão, e de se auto doar pra quem você olha e diz: “É você quem eu quero todos os dias da minha vida.”
Então chega o dia de colocar a melhor roupa, o melhor perfume e sair pra jantar no melhor restaurante. Fazer declarações sem medir esforços, alguns pedirem em casamento, outros terem a surpresa de serem deixados inesperadamente. Mas acontece tudo, como em qualquer dia. E pra quem isso não acontecer, o sol nascerá brilhante do mesmo jeito,  só se for inverno, e no daí choverá, todos os dias até mudar de estação.

A questão é que ser namorado ou não está com ninguém não significa que você é você ou deixa de ser. Mas que sempre existirá alguém que você irá dizer: “Por você eu doaria toda a minha vida.” Porque antes de amar, você conhece, admira e é surpreendido todos os dias. E quem tem um namorado de verdade, tem antes de ser qualquer coisa, um amigo, um possesso, um SEU.

24 de maio de 2013


"Uma pessoa me ligou agora a pouco pra perguntar como estou. Na verdade não sou eu que estou, mas o mundo que está comigo, pra mim e por mim. É complicado falar porque só tenho uma música de tempo, e quando ela acabar, sumirá toda a mágica das minhas palavras. Ás vezes é como se eu entendesse bem mais uma música internacional, que indiretamente fala algo pra mim do que alguém que passa horas encontrando palavras pra não me desagradar, e acaba por derrubar o espelho na minha frente e quebrar tudo, como sempre. É como agora. Antes éramos uma dupla, antes dividíamos a posição na foto, a cobrança da conta, os amigos. Agora somos estranhamente cumprimentados na rua, perguntado pelos conhecidos, surpreendidos pela reação das pessoas. Agora somos estranhos, somos comuns, pessoas normais. O antes era bom, talvez o agora também, mesmo sendo estranho. E por mais repetitivo que seja, sempre, daqui pra frente, completarei as frases com a palavra "estranho", ou sinônimos dela, porque é isso que, até eu, me acho hoje.
O fato é que eu não soube o que responder, porque se descrevesse muito a personalidade de quem me afetou ultimamente, eu ia precisar de um livro, e muitas canetas. Então eu desmenti, contei algo parecido, um caso que vi na TV, tudo fora do contexto, mas ainda toquei no assunto. E o engraçado é que ambos estávamos na mesma linha, e acabamos por lamentar pela distância e pela saudade de quem tanto a gente amava; dos pais, dos amigos, dos cachorros. O sol por aqui também nasce lindo, mas é a cor da cortina que fica na janela que atrapalha ele brilhar. Eu, por fim, só disse pra ela não esquecer, que mesmo um dia ela tenha sido NÓS e virou só EU, outro nós irá voltar, e outro, e outro, e outro."

10 de maio de 2013

Apenas ame!


“Quero ver se há de ter alguém em sã consciência que irá falar que sua mãe não é linda. Até porque essas beldades são capazes de todas as loucuras pra ver seus pintinhos felizes e bem alimentados. Só espero que nesse século, o ser humano possa agradecer mais e esperar menos. Corra atrás, chore por ela, abrace sem motivos, cante pra ela, dê presentes baratos e cafonas, todas elas gostam quando é com amor, e assim a vida será sempre mais azul.
Quero ver se há de ter alguém que perca a hora do trabalho ou da faculdade se sua mãe dorme do quarto do lado. Ela é última deitar e a primeira a levantar, pra fazer seu café, pra molhar as plantas, ou pra simplesmente de desejar um bom dia. Esqueça a sociedade quando o dia é só dela, abrace a tia, a vó ou o cachorro quem não tem uma mãe biológica, mas ninguém é sozinho no mundo.
Quero ver se há de ter alguém que reclama que a comida da sua mãe é ruim quando passa a morar sozinho, pegar chuva no caminho da faculdade, ou simplesmente precisar do colo DELA quando não está nos melhores dias. Sorria mais, convide pra  um chá entre amigos, leve flores ou dê um cartões simples, elas sempre choram, e é tão bonito.
Eu só quero ver, se no dia em que você acordar e achar que estará tarde pra amar de verdade a sua mãe, ela não estará parada no mesmo lugar, de braços abertos, te esperando. Ame a sua mãe, porque da forma mais estranha que ela possa cuidar de você, isso é só proteção e amor, mais nada.”

30 de abril de 2013

O amor do azul.


      "Em todo estágio existe padrões que nos despede do comum. Quando você escreve erroneamente, as pessoas perdem a tolerância e então começa os conflitos. A dificuldade de passar por os próximos estágios torna-o o ápice da importância do desenvolvimento adequado. Mas qual o sentido de tudo isso? É saber que chegar a fase adulta cometendo esses erros é como se as árvores tivessem que ser tiradas ao invés de serem plantadas, ou replantadas.
      De tal modo, as pessoas pudicas caem em si e tornam-se amargas quando decepcionadas. Mas isso é padrão, e por mais que possa machucar, é regra do compasso e, passar por tudo isso, ensina-o a se camuflar da próxima decepção. Porque se as coisas acontecem, há motivos. E se você supera, o mínimo é estar preparado para a próxima fase, e não deixar isso se repetir. E se a ponte de tiver que ser atravessada for longa demais a opinião talvez seja de que a grande caminhada é destino somente seu, e não há ajuda suficiente que te fará atravessar se você não tiver com sua coragem aguçada.
      Logo, tal contexto caberia na dança de um casal que sempre se entenderam, e na primeira e única briga, as paredes que os sustentavam, desmoronaram todas, e deixaram a cobrir-se apenas de sol, até secar o sentimento.
      Eu sou cortinas fechadas ao redor do mundo, com pequenos furinhos, facilitando a entrada de grandes correntes de vento e estrelas azuis. Porque azul é amor."

28 de abril de 2013

É assim..

      "Pronto, tudo voltou ao normal. A rotina me acompanha novamente; meus cochilos no sofá, minhas músicas antigas que incomodava somente á mim. Minhas composições ás três da manhã ao som de My Love is Like a Star e que me tiravam ideias que iriam á dúvida. Agora o gosto é apenas meu, as roupas, as cores e até as pessoas. Tudo me machuca, ou nada mais, porque toda vez que você planta uma árvore, ela frutifica seu humor e te ensina o que deve ser feito, porque você nunca sabe. E que no meio dessas pessoas tão complacentes, eu me sinto realmente preparada.
      Então agora eu mudei de cidade, comecei a ir de verdade nos lugares onde eu achei que ia somente pra agradar os outros. Você se dar conta do quão importante é sua casa, suas coisas, suas lembranças e, ao invés de chorar, você rir feito bobo, com vontade de ter tudo outra vez, mas sabendo que já cresceu.
      Não dar mais. Opa, não dar mais o que? Ah, essas cores apagadas que tinha nas suas paredes. Mudemos isso, e nada melhor do que um amarelo na parede que bate o sol e, indiscretamente, ele te trará ouro, muito ouro. É, é assim mesmo.
      Só não é válido achar que tudo acabou se você está apenas começando. Assim como aquele amigo que foi pedido em casamento com somente 18 anos, ou que ainda mora com os pais, mas sabe ser independentemente lindo na noite. E os que podem trazer um orgulho infinito, voltando pra casa hoje pra depois morar mais longe, passado os meses dentro dos anos cansativos e de tentativas de vestibular, mas que irá passar com honra, como todo mundo que tenta. As vezes você foge do compasso, e da lógica do que quer dizer, mas sempre acaba dizendo tudo.
      Os dedos e as palavras podem até enferrujar, mas os seus sentimentos e a sua psicologia não. E no meu reduto, a nova era começou!"