24 de maio de 2013
"Uma pessoa me ligou agora a pouco pra perguntar como estou. Na verdade não sou eu que estou, mas o mundo que está comigo, pra mim e por mim. É complicado falar porque só tenho uma música de tempo, e quando ela acabar, sumirá toda a mágica das minhas palavras. Ás vezes é como se eu entendesse bem mais uma música internacional, que indiretamente fala algo pra mim do que alguém que passa horas encontrando palavras pra não me desagradar, e acaba por derrubar o espelho na minha frente e quebrar tudo, como sempre. É como agora. Antes éramos uma dupla, antes dividíamos a posição na foto, a cobrança da conta, os amigos. Agora somos estranhamente cumprimentados na rua, perguntado pelos conhecidos, surpreendidos pela reação das pessoas. Agora somos estranhos, somos comuns, pessoas normais. O antes era bom, talvez o agora também, mesmo sendo estranho. E por mais repetitivo que seja, sempre, daqui pra frente, completarei as frases com a palavra "estranho", ou sinônimos dela, porque é isso que, até eu, me acho hoje.
O fato é que eu não soube o que responder, porque se descrevesse muito a personalidade de quem me afetou ultimamente, eu ia precisar de um livro, e muitas canetas. Então eu desmenti, contei algo parecido, um caso que vi na TV, tudo fora do contexto, mas ainda toquei no assunto. E o engraçado é que ambos estávamos na mesma linha, e acabamos por lamentar pela distância e pela saudade de quem tanto a gente amava; dos pais, dos amigos, dos cachorros. O sol por aqui também nasce lindo, mas é a cor da cortina que fica na janela que atrapalha ele brilhar. Eu, por fim, só disse pra ela não esquecer, que mesmo um dia ela tenha sido NÓS e virou só EU, outro nós irá voltar, e outro, e outro, e outro."
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Belo texto!
ResponderExcluirBelo texto!
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