Vinho.
Não, vinho, rosas, pra alguns bombons, pra outros
lingeries, amanhã que será dia dos namorados, e até pra quem não tem um. O problema
pode até ser porque algumas pessoas fazem desse dia o pior do ano. Ás vezes ao
som de Birdy – 1901 as pessoas se enterram no colchão, choram a noite toda e
depois dormem pro dia anormal passar mais rápido. Outras saem á procura de
alguém pra dividir um café, uma cerveja, uma conversa. Agora pra quem receberá
presentes, terá de dar um, e a economia já estava feita á tempo. O nervosismo
aumenta, a saudade e os cumprimentos próprios por saber que tem alguém pra
dividir esse dia, e que talvez nunca mais será sozinho.
Tem os namorados por celulares, outros
por códigos, á distância ás vezes perto e os sempre de longe, que ainda não se
conhecem. Tem os que sabem todos os segredos, os que já viraram mais amigos do
que namorados e os que são casados, e eternamente namorados. E esse prazer de
dividir o que é seu, mesmo que não seja dito, é natural, porque você tem a
grande mania de possessão, e de se auto doar pra quem você olha e diz: “É você
quem eu quero todos os dias da minha vida.”
Então chega o dia de colocar a
melhor roupa, o melhor perfume e sair pra jantar no melhor restaurante. Fazer
declarações sem medir esforços, alguns pedirem em casamento, outros terem a
surpresa de serem deixados inesperadamente. Mas acontece tudo, como em qualquer
dia. E pra quem isso não acontecer, o sol nascerá brilhante do mesmo
jeito, só se for inverno, e no daí
choverá, todos os dias até mudar de estação.
A questão é que ser namorado ou não
está com ninguém não significa que você é você ou deixa de ser. Mas que sempre
existirá alguém que você irá dizer: “Por você eu doaria toda a minha vida.”
Porque antes de amar, você conhece, admira e é surpreendido todos os dias. E
quem tem um namorado de verdade, tem antes de ser qualquer coisa, um amigo, um
possesso, um SEU.