"Então, acordar indisposta está estampado nas minhas
características principais ultimamente. Ainda não me acostumei que tenho minhas
obrigações todos os dias e que no final de semana eu me recuso a sair do quarto
e sorrir pra todo mundo, porque a vida não está fácil, não mesmo. O problema é
que ainda não consegui aceitar que as pessoas (pelo menos a maioria delas) não
têm culpa por eu me sentir assim. Mas enfim, o propósito do momento não é
reclamar das coisas que são deixadas pra trás, mas vejo que as pessoas que eu
me importava antes se esqueceram da essência e do que realmente importa na
vida. Gosto de coisas simples, gosto de comida caseira e das pessoas do interior
porque o bom dia delas é sincero. Gosto de comprar coisas novas, porém coisas
baratas, gosto de música baiana, mas de sertanejo também, gosto de tudo – mas não
aceito abusos.
Aceito explicações razoáveis, aceito ligações pra comunicar,
aceito pedir opiniões, mas não quero nada pelas costas. Quero ser a primeira a
dizer que sei da vida de quem diz que sou importante, quero dar notícias, quero
estar satisfeita com as coisas. Eu não quero muito, só o principal. Entenderei
quando me disserem que não poderão falar agora, mas que não demora ligar –
então mente pra mim e eu passo o resto da semana de cara fechada, somente por
isso. O nervosismo aumenta, as cosias acontecem aos seus olhos, você sabe que
sim, mas acham que você não ver e se martiriza sozinha, no seu canto. Eu não
tenho fim pros sentimentos de hoje, não por enquanto. Mas daí você acorda com
uma infinita indisposição porque não tem nada pra fazer, afim de um café e dinheiro
e joga um Jorge e Mateus no rádio pra te ajudar a sofrer na felicidade."
YP'