21 de março de 2012

O descaso da tese.


                Fui estupidamente insensível com a gente ontem. Eu passara o dia inteiro pensando no que te falar certa hora da noite, porém eu não queria mais. O estranho é que não há relação no mundo mais esquisita do que a dos seres humanos. Pode até ser que amar não acompanhe posse, mas os dias passam e o futuro não espera nos prepararmos pra esse tipo de “diferente.”
                Dias atrás escrevi sobre você e minhas palavras só serviram pra intensificar esse mistério. Sério. Depois de dois dias eu falei de você novamente, daí o autocontrole veio me visitar. Me dei conta que eu parecia mais chata no assunto a cada dias que passava e que as pessoas poderiam reclamar, o que não estava sendo o caso.
                Era diferente do que eu costumava sentir, e preocupante. Na verdade eu perco as palavras e lembro só de sorrir, melhorando as fantasias antigas e renovando nossas idéias de relacionamento. Eu espero muito pelos próximos dias e só pra retomar a tese passada, lamento contrarias o descaso. Não era posse. Era só saudade.


                                                                             YP'                       12:48hr

2 de março de 2012

Não é a mesma coisa.


“Só uma questão: tem certeza que alguém que dorme consegue se dar conta que o tempo demora passar tanto quanto pra alguém que acorda cedo e passa o dia na correria? Eu sei que ficou meio confuso, mais isso é só pra afirmar que tudo depende do envolvimento.
Ontem fui te visitar, mas preferi não dizer nada. Queria fazer surpresa e aproveitei a cópia da chave que você tinha esquecido na minha bolsa. Entrei. Na ponta dos pés, caminhei em direção á única voz que eu ouvia. Cheguei ao quarto e encontrei apenas a TV ligada. Você dormia. Sentei no chão, fiz pernas borboletas, e com meu rosto reto ao seu, te observei. Um anjo-humano que entrou na minha vida; alguém que eu ali olhava e que dias atrás era apenas um estranho, e hoje de alguma forma, dependia de mim.
Olhando pra você, passaram-se inúmeras cenas pela minha cabeça, e as horas se acumularam. Você suspirou e eu me espantei. Levantei e fui embora. As horas pra mim voaram e eu nem dei conta. Você dormiu e eu sonhei. Foi tudo tão fácil, tão bom, mas tão rápido. Discretamente, a fusão de cenas faz as horas correrem, e dependendo da situação, a fantasia dar vida a seres inanimados.”

                                                                 YP'                      14:56hr

1 de março de 2012

Era você!


“É amor, ontem foi comum. Perdoe-me pelo cansaço e pela falta de atenção. O maior problema foi a falta de oportunidades durante todo o meu dia. Se eu tinha tempo, outras pessoas não, e tudo acabava mal de novo. O celular toca, era você. Tinha gente na varanda e eu não podia afirmar nada. Desliguei, e o coração apertou. Falar com você era o que eu mais queria. Era? Pior que era, e agora eu fiquei sem ação. Os minutos se passavam e as ainda não se moviam. Eram cigarros, sorrisos e assuntos impróprio pra minha mais aflita hora. Porém o grande problema era apenas ingenuidade. Eu tinha que ir embora, mas tinha que falar com você antes, eu não ia sossegar. A dramática eternidade acabou e eu te liguei. Eu tava apressada, o trem já ia partir e nem na estação eu tinha chegado. Minha voz era cansada e a sua era tão viva que me fazia esquecer do meu atraso. Eu disse o básico e você entendeu que eu precisava ir. Foi tudo tão compreensível. Eu não queria desligar naquela hora, mas na verdade, parece que eu não queria desligar nunca. O trem tava partindo e me levando pra mais longe. Você tinha dito pra eu não deixá-lo e eu realmente não queria ir. Uma lágrima desceu e alguém do lado me consolou. Olhei, era você.”


                                                                   YP'                          13:09hr