9 de dezembro de 2011

Impossível?


"O vento frio chegou. Dias atrás o noticiário relatou que as frentes mais geladas dos últimos tempos iam passar por vários lugares e recomendava que as pessoas se cuidassem mais. Porém nada era mais frio que a solidão da falta de palavras de conforto de alguém que soubesse o que verdadeiramente era falta de afeto. Entrei num café e pedi algo pra tomar, de costas pra porta eu não tinha me dado conta de que a temperatura lá fora tinha caído bruscamente e começava a nevar. Paguei a conta e quando sai porta a fora meu corpo enrijeceu. Entrei numa loja de coisas antigas e havia apenas um homem com um livro nas mãos. Vestia calças de moletom e usava casaco, totalmente despreocupado com a temperatura que estava fazendo. Eu disse ‘Oi’ e ele me respondeu com um sorriso. Perguntei se ele sabia onde estava o vendedor e ele me deu de ombros. Naquele instante eu não entendi o porquê dele não falar comigo como uma pessoa normal e se passar por mal-educado. Aquilo me incomodou e eu o questionei.  Ele fez uma cara triste e logo em seguida prestou atenção no atendente que fazia língua de sinais pra ele. Fiquei desajeitada e sem querer o deixe perceber. Ele pegou minha mão e apertou, me chamou pra sentar e escolheu um trecho do livro que dizia: “Não tenho palavras pra descrever a beleza dos seus olhos, mas tenho fortes braços pra te aquecer nos dias que só exigem muito carinho e chocolate quente.” Ele sorriu pra mim e uma lágrima caiu dos meus olhos. Envergonhada, rapidamente sequei e ele me beijou."

                                   YP'  09/12/2001                                 12:15 hr.

2 de dezembro de 2011

Que venha o futuro.



Minutos, horas, dias se passaram. De todo esse tempo e retirando meus afazeres eu tentei encontrar algo diferente pra relatar ou apenas pra comentar. Um barco de pescadores famintos que encontrei deixando a praia desesperados pra saciar toda aquela gente que ficou na espera. A chuva da noite passada que não me deixou ver as estrelas ou coisa parecida. Mas cansei de tanto esperar e decidi voltar e dizer o mesmo que todos os dias.
Estou amando. Exagero se fosse dizer que está sendo desesperadamente, mas é um começo bonito. Ele não me conhece porque ainda não me apresentei, mas minha felicidade está tão grande que não me importo se ele sabe ou não meu nome e que um dia eu chegarei com a notícia que sou eu quem ele verá todas as manhãs que acordarmos pra ir á faculdade e acordarmos atrasados por causa do baralho que nos viciou até tarde.

É como se tudo fosse um filme que passa pra mim todos os dias na minha frente porque mesmo ansiosa, não posso contar o fim. Posso dizer que vai ser bom, mas tudo só esperando pra ver.
Engraçado ver as pessoas dizerem mais uma vez que não vai dar certo, mas porque não encarar mais uma aventura dessas se as de antes não me custaram mais que o tempo e a confiança? Eu encaro. Acho que posso, confio. Agora é ver o que as novas gerações têm pra me oferecer. E dizer antigamente que isso me faria sofrer. Bobagem, eu me divirto como uma criança, inocente e sem medo de ninguém.
Uma nova estação começa. Um novo ano se aproxima. E novos ventos prometem me trazer as melhores margaridas que os últimos anos puderam germinar. Que venha o futuro, estou de volta.


                                                   YP'         02/12/2011                       09:54h

ps.: foto retirada do punho de Débora Abeling (minha irmã).