3 de outubro de 2011

Margaridas.



“Tudo parece tão nítido hoje. As portas se abriram espontaneamente. As janelas parecem ser irmãs do vento e tudo tomou cor assim que abri meus olhos. Tomei meu café, li o jornal e saí. Andei na praça principal, comprei pães e voltei pra casa. Nossas fotos ainda moravam na porta da minha geladeira e teu cheiro ainda estava guardado na minha cama, desde a última vez em que você dormiu comigo. Eu sinto, outras pessoas não. Mas não é bem isso que eu queria dizer. Na verdade eu nem sei o que eu queria dizer, talvez por falta de palavras, talvez por falta de coragem e, que mesmo que isso possa me trazer angústia e dor, eu preciso tentar. Tentar ser feliz, ser diferente. Porém ultimamente me pego pensando mais do que agindo; falta de pessoas, falta de atitudes. Você ainda mora em mim. Eu achava que não, mas me equivoquei . Os dias em que eu disse que não sabia o porque dos nossos desencontros; estava certa, mas respondi todas minhas dúvidas assim que ouvi tua voz, ainda incerta, ainda rasa. E que mesmo sabendo que nós seríamos os principais responsáveis por resolver nossos mesquinhos problemas, o tempo silenciosamente agiu para providenciar nosso reencontro. É amor, eu sei. Mas há dúvidas também. Estamos confusos, estamos surpresos, conscientes. E que mesmo havendo ainda coisas pra resolver, e tendo que conviver com um translúcido momento de espera, minhas coisas mudaram. As almofadas que estavam sujas sobre o carpete, limparam. Coisas que pareciam escuras – negras – estranhas, brilham com força. Tudo muda, até mesmo as flores que eu não ganhavam á dias. Margaridas.”

                                    YP'               03/10                        12:41hrs

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